"— Oh! Cathy! Oh, minha vida! Como posso eu suportar esta dor? — foram as primeiras palavras que proferiu, num tom onde não realçava o desejo de mascarar o desespero.
(...)
— Gostava de poder abraçar-te até morrermos os dois! — prosseguiu ela, amargamente. — Não importa o que sofresses. Não me preocupo com os teus sofrimentos! Porque não hás-de tu sofrer, se eu sofro tanto? Será que vais esquecer-me? E ficares muito contente quando estiver debaixo da terra? E, daqui a vinte anos, dirás junto à minha sepultura: «Aqui jaz Catherine Earnshaw. Amei-a há muitos anos e perdê-la dilacerou-me o coração; mas tudo isso são coisas do passado...»
— Não me tortures até eu ficar louco como tu! — gritou ele, libertando-se, rangendo os dentes de raiva.
(...)
— Mostraste-me agora o quão cruel tens sido. Cruel e falsa! Porque me desprezaste, Cathy? Por que traíste o teu próprio coração? Não tenho sequer uma palavra de conforto para te dar. Tu mereces tudo aquilo por que estás a passar. Mataste-te a ti própria. Sim, podes beijar-me e chorar quanto quiseres. Arrancar-me beijos e lágrimas. Mas eles queimar-te-ão e serás amaldiçoada. Se me amavas, por que me deixaste? Com que direito? Responde-me! (...) Pois não foi miséria, nem a degradação, nem a morte, nem algo que Deus ou Satanás pudessem enviar, que nos separou. Foste tu, de livre vontade, que o fizeste. Não fui eu que te despedacei o coração, foste tu própria. E, ao despedaçares o teu, despedaçaste o meu também. Tanto pior que sou forte e saudável. Se eu desejo continuar a viver? Que vida levarei quando... Oh! Meu Deus! Gostarias tu de viver com a alma na sepultura?"
(...)
— Gostava de poder abraçar-te até morrermos os dois! — prosseguiu ela, amargamente. — Não importa o que sofresses. Não me preocupo com os teus sofrimentos! Porque não hás-de tu sofrer, se eu sofro tanto? Será que vais esquecer-me? E ficares muito contente quando estiver debaixo da terra? E, daqui a vinte anos, dirás junto à minha sepultura: «Aqui jaz Catherine Earnshaw. Amei-a há muitos anos e perdê-la dilacerou-me o coração; mas tudo isso são coisas do passado...»
— Não me tortures até eu ficar louco como tu! — gritou ele, libertando-se, rangendo os dentes de raiva.
(...)
— Mostraste-me agora o quão cruel tens sido. Cruel e falsa! Porque me desprezaste, Cathy? Por que traíste o teu próprio coração? Não tenho sequer uma palavra de conforto para te dar. Tu mereces tudo aquilo por que estás a passar. Mataste-te a ti própria. Sim, podes beijar-me e chorar quanto quiseres. Arrancar-me beijos e lágrimas. Mas eles queimar-te-ão e serás amaldiçoada. Se me amavas, por que me deixaste? Com que direito? Responde-me! (...) Pois não foi miséria, nem a degradação, nem a morte, nem algo que Deus ou Satanás pudessem enviar, que nos separou. Foste tu, de livre vontade, que o fizeste. Não fui eu que te despedacei o coração, foste tu própria. E, ao despedaçares o teu, despedaçaste o meu também. Tanto pior que sou forte e saudável. Se eu desejo continuar a viver? Que vida levarei quando... Oh! Meu Deus! Gostarias tu de viver com a alma na sepultura?"
- Emily Brontë
Posso ler sem levar com spoilers?? Só vou ler o teu post depois de me provares que não há spoilers :)
ResponderEliminarOk, não aguentei, admito. Desde há umas semanas para cá que cada vez que vejo uma frase bem estruturada que encanto-me por ela. Deve ser por ter voltado à leitura. Cada vez adoro mais ver coisas escritas, até consigo ficar encantada só por ler Felizmente Há Luar...paranóia.
ResponderEliminarQue posso então dizer? O excerto é lindo, e sabes que mais? Damon? Nem pensar, depois dos exames (ou quem sabe antes) Monte dos Vendavais e não há volta a dar.
Espero que fiques feliz. Conseguiste o que querias.