sexta-feira, 15 de julho de 2011

Uma pequena observação:

Acho imensa graça àquelas pessoas que chamam ao acto de copular "pôr".

domingo, 10 de julho de 2011

Coisas do passado

Há dias que tenciono falar de algumas coisas aqui, mas não tenho sabia como abordá-las. E ainda não sei, mas sinto que preciso de fazê-lo, preciso de deitá-las cá para fora.
Tive uma conversa com alguém bastante importante para mim sobre o passado, sobre o quanto nos afecta para sempre.
Durante a minha infância passei por uma situação bastante complicada que se vê cada vez mais: o meu pai saiu de casa, sem dizer nada a ninguém. Simplesmente desapareceu durante uns dois ou três anos do mapa, como se tivesse morrido. Mas não morreu, apenas abandonou a família. Pegou nas malas e, simplesmente, foi-se embora, como se o que estivesse a fazer não afectasse ninguém.
A verdade é que as coisas que muita gente faz que julga serem insignificantes não o são. Antes pelo contrário: deixam feridas que, com o tempo, em vez de desaparecerem, deixam marcas que ficam para sempre e que vão influenciar a forma como as outras pessoas vivem as suas vidas.
Eu sou o exemplo disso: tenho medo de ser abandonada todos os dias, não me sinto suficientemente boa para ninguém, mesmo quando me asseguram do contrário tenho medo. Todas as marcas que ficaram de feridas com mais de dez anos, quase onze, fazem de mim a pessoa que chora a ver o The Last Song e que, apesar de tudo estar mais estável agora, continua a invejar aqueles casais que estão juntos há dois, quatro, dez anos, por recear nunca chegar a ter algo tão dourador pelo simples facto de não prestar para ninguém, de ter medo de estragar as pessoas só por estar ao pé delas.
Acho que nunca disse isto a ninguém, mas às vezes sinto um aperto no peito ao ver aquelas famílias grandes e felizes, a quem nada parece faltar. É só sorrisos e férias em família e segurança e felicidade. Penso em mim, na família que tenho e que provavelmente nunca terei nada assim. Penso nas vezes em que deveria ter-me sentado à mesa com os meus pais e com o meu irmão e não o fiz, porque uma dessas pessoas faltava. Penso em como nunca fui de férias para lado nenhum com eles. Lembro-me da minha mãe sozinha com dois filhos para alimentar e apoiar, lembro-me do meu medo de acabar como ela (ou pior ainda). Desejo um dia ter o que nunca tive.
É por isso que tento ser a melhor pessoa que posso sempre que consigo. Tudo deixa marcas, e não quero ser responsável por deixar marcas em ninguém.
E este foi o desabafo.