terça-feira, 28 de dezembro de 2010

2010

Ainda hoje, quase no próximo ano, não sei qual o balanço de 2010. Houve coisas boas e más, e ainda não tenho a certeza de qual é o lado vencedor.
No início do ano, ainda meio atordoada com perdas do ano anterior, perdi para a morte um animal que valia, para mim, mais do que muitos humanos juntos. Fiquei emocionalmente destabilizada durante bastante tempo. Perda essa que contribuiu para o chumbo de uma disciplina da qual não gostava muito e, portanto, não terminei o ensino secundário.
Porém, mais tarde, deram-me razões para sonhar, e acreditem que sonhei bem alto. Encontrei o amor e procurei vivê-lo ao máximo. E perdi-o ao fim de quase cinco meses. Se fiz bem em vivê-lo, em primeiro lugar? Eu não sei.
Eu não sei se me arrependo, não sei se fico feliz por ter passado por toda aquela experiência. Eu simplesmente não sei se sei alguma coisa, enquanto sempre fora uma rapariga bastante segura de si própria e alguém que julgava ter todas as respostas para todas as questões que a vida lhe impunha.
Fui feliz. Vivi coisas intensas que me levaram a descobrir que podia sentir tanto quanto senti: e nunca sequer pensara que poderia sentir tanto. Mas isso também inclui dor, que nunca sequer pusera a hipótese que poderia ser tanta. Agora, já não sei ao certo o que sinto, não sei se vou ultrapassar este estado, não sei se alguma vez vou estar pronta para qualquer outra coisa na vida.
Comecei o ano a pensar que sabia tudo e, afinal, já não me sinto capaz de voltar a fazê-lo tão cedo. Porém, estou a esforçar-me. Estou a lutar contra tudo para não me sentir mal, para ver alternativas, para me abrir mais para o mundo, para as pessoas e para, acima de tudo, conhecer e compreender melhor o mundo e o meu mundo.
Sempre que faço anos, perguntam-me se me sinto diferente, se me sinto mais velha de alguma forma. Eu digo que não, que estou igual e que me sinto igual. Porém, quando chega a passagem de ano, reparo que mudei bastante mentalmente.
Este ano sinto-me mais ignorante, com menos noção do mundo. Porém, por outro lado, penso que necessito de abrir os olhos e de tentar compreender melhor tudo: quero compreender-me, compreender as pessoas, quero que elas me compreendam e que vejam tudo aquilo que faz quem sou.
Tenho uma sede inexplicável de começar realmente a viver e a transferir os meus sonhos para a vida real. Tenho sede de viver e de ser feliz.
Feliz 2011!
Edit: A Anna está certa no seu comentário, não balancei grande coisa. Decidi ser um pouco superficial neste post porque não me sinto confortável com o teclado holandês, mas vou tentar fazer isso da próxima vez que escrever aqui, desculpem.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Feliz Natal e bom ano novo!

Queria desejar um feliz Natal a todos, principalmente à minha família, aos meus amigos e, claro, aos meus seguidores. Obrigada por fazerem parte da minha vida. Desejo-vos tudo de bom, dando uma atenção especial à saúde e aos vossos coraçãozinhos. Aproveitem esta época para estar com as pessoas de quem mais gostam e para mostrar o quão importantes elas são para vocês.
Que o ano 2011 seja bem melhor do que 2010 para todos :)


terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Gossip Girl

Ainda há alguém indeciso quanto ao que me dar pelo Natal...? Ninguém está disposto a ir à Stradivarius? Tem um lacinho atrás e tudo! Ninguém...?


Bolas!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Parar

Hoje tive uma conversa preciosa com uma senhora que dá alguns dos melhores conselhos do mundo. É uma senhora que já me deu vários conselhos e várias opiniões, a maioria numa viagem que fizemos as duas juntas há poucos meses trás.
Ela é daquele tipo de pessoas que nos dizem coisas tão fortes que nos deixam a pensar durante horas na mesma coisa. Hoje não foi excepção, antes pelo contrário; acho que nunca me disseram coisas que me deixassem tão pensativa, ainda não sei bem se no bom ou no mau sentido.
Apercebi-me de uma realidade que andava a ignorar há algum tempo, mas que já sabia: eu não posso obrigar ninguém a amar-me, não posso pedir que gostem de mim e não posso pedir a ninguém que seja feliz comigo.
Ainda há uns dias pensei no porquê de tanta gente dizer que, por amarem muito alguém, as deixam ir, e achei que esse era a maior demonstração de masoquismo que podia ser feita. E, agora, já entendo. Se amamos os outros e se nos amamos a nós próprios, temos de permitir que as outras pessoas sejam felizes mesmo que a única forma de o conseguirem é estarem sem nós. Da mesma maneira, temos de lutar para sermos felizes sem elas, por mais que custe, por mais doloroso que seja. E Deus sabe que custa!
Ao princípio, era Ele quem eu culpava; Ele tinha-me mostrado a felicidade e, depois, tirou-ma. Mas a verdade é que Ele, pensando também na felicidade dessa pessoa, tirou-a de mim para que essa pessoa pudesse ser feliz. Agora compreendo, embora ainda não tenha aprendido a aceitar esse facto.
Para além de aceitar esse facto, tenho também de aprender outras coisas: a viver sem ele e a ser independentemente feliz, coisa que neste momento ainda me parece impossível (e espero mesmo que seja somente temporário). Estou farta de sofrer com isto. É demasiado doloroso.
E sinto-me suficientemente forte. Não é que tenha forças, mas sinto-me forte para sobreviver apesar dos meus medos e das minhas inseguranças e um dia, se Deus assim quiser, hei-de sentir-me suficientemente forte para viver.
Eu preciso de parar. Não choro desde dia 6 deste mês (sei que não é muito tempo) e acho que preciso de deitar cá para fora as minhas frustrações de alguma maneira. Seja a chorar de novo, seja a pensar, seja de outra forma qualquer. Eu tenho de parar por um momento, coisa que tenho evitado fazer para que não me deixe abater pela realidade, mas agora é a hora em que tenho de reagir.
Sinto que o mundo me vai engolir, mas sinto-me forte.
Em princípio não vou escrever durante uns dias aqui pois, como já disse, preciso de parar e não sei até que ponto estar sempre à frente do computador me vai ajudar. Dia 26 vou apanhar o voo para Amesterdão e espero que a semana que irei lá passar me ajude com isto, embora não tenha muitas certezas ou esperanças.
Vou acabar este post com o excerto de um livro que, neste momento, designa um pouco do que estou a sentir agora:

"— Então qual é a pior parte?
— A pior parte é saber como tudo teria sido.
— Como podiam ter sido — suspirei.
— Não — disse Jacob abanando a cabeça. — Eu sou a pessoa indicada para ti, Bella. Para nós, ficarmos juntos teria sido fácil, confortável, tão simples como respirar. Eu era o caminho natural que a tua vida poderia ter tomado... — Olhou para o vazio durante um momento e esperou. — Se o mundo fosse como devia ser, se não houvesse monstros e magia...
Eu conseguia ver o que ele via e sabia que o Jacob estava certo. Se o mundo fosse o lugar que devia ser, Jacob e eu teríamos ficado juntos. E teríamos sido felizes.
(...)
— Diz-me qual foi a pior parte para ti — murmurou.
— Acho que é capaz de não ser boa ideia.
— Por favor.
— Acho que te vai magoar.
— Por favor.
— A pior parte para mim... — hesitei e, a seguir, deixei as palavras sair como uma torrente de verdade. — A pior parte foi conseguir ver tudo. Toda a nossa vida. E queria muito que fosse assim, Jake, queria tudo como vi. (...) Talvez fosse por isso que estava a lutar tão desesperadamente contra ti."
- Eclipse, por Stephenie Meyer

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Falhas e tudo isso

Acho que quero agradecer. Obrigada por tudo. Pode parecer um cliché, mas não sei mesmo onde estaria se não fossem vocês, se não me permitissem deitar todas as minhas frustrações cá para fora tão frequentemente que provavelmente já vos enjoa, sem sequer se queixarem.
Por muito sozinha que às vezes me sinta, estão sempre lá para ampararem as minhas dúvidas e os meus medos e para me darem a mão quando me sinto totalmente sozinha no mundo apesar das coisas que às vezes faço sem pensar.
Aceitam-me apesar de todas as falhas e imperfeições presentes em mim. Deixam tudo isso passar, mesmo quando sou a maior parva que este mundo já viu. E essas falhas e imperfeições são tanto de mim! E, ainda assim, vocês parecem amar-me. Porquê?
Eu caio, vocês apanham-me antes de chegar ao chão; vocês abraçam-me mesmo quando eu não retribuo; vocês juntam as peças quando nada na minha cabeça faz sentido.
Obrigada a todos (vocês sabem bem quem são, não preciso de dizer os vossos nomes) por me deixarem chorar nos vossos ombros, por me deixarem ligar-vos quando preciso de falar, por me entreterem quando sinto que a vida é um buraco negro que está prestes a engolir-me. Obrigada ainda por contribuírem para que me aproxime cada vez um pouco mais da felicidade.
Obrigada. Vocês também são a razão. Amo-vos de todo o coração e amá-los-ei sempre mais do que alguma vez amarei um rapaz que pouco ou nada quer saber, e obrigada também por isso.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Errada

Eu achei que sabia tudo e que tinha respostas para tudo. Estava errada. Mais do que nunca.
Por longos momentos, por demasiado tempo, pensei que estava certa. Nós iríamos falar sobre os nossos problemas e resolvê-los. Nós iríamos viajar pelo mundo fora. Nós iríamos ficar juntos. Sim, claro, nota-se.
Fomentaste os sonhos que tinha e deste-lhes um apoio durante mais tempo do que devias. Levaste-me a acreditar. E, meu Deus, como soube bem! Como soube bem ver cegamente um futuro ainda mais perfeito do que aquilo que já tínhamos.
Agora, os meus sonhos foram queimados e tenho receio de nunca mais pôr-te os olhos em cima.
Só me pergunto como é que fui estúpida ao ponto de pensar que sim, que desta vez iria resultar.
Nota mental: nunca mais planear nada com ninguém, nem mesmo quando for com um rapaz de impressionantes olhos esverdeados.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

LOL



Este vídeo pôs a Anna a chorar de tanto se rir.

sábado, 11 de dezembro de 2010

É quase Natal!

Já tinha começado a escrever este post mas o computador bloqueou e cá estou eu a recomeçar. Lembro-me que começava mais ou menos assim: "É quase Natal. É quase Natal. É quase Natal!".
É tempo de dádiva e eu gosto de dar. Estou na minha zona de conforto. Já comprei quase todas as prendas, faltando apenas duas porque não tenho paciência visto que adquiri-las implica ter de meter-me dentro de um barco para Lisboa. Também já contribuí para a caridade através dos números de telefone que aparem em rodapé nos programas de televisão.
E vocês? Já compraram tudo o que tinham a comprar? Ou ainda não começaram? Já doaram ou vão doar algo? Contem-me tudo!
Visto que é quase Natal (vou repetir isto tantas vezes na minha cabeça que ainda vou começar a acreditar que já está acontecer), gostaria de fazer um pedido simples a quem está a ler isto.
Eu sei o número de visualizações que tenho por dia, mas nunca sei de quem vem essas visualizações. Gostaria de pedir a quem estiver a ler isto que deixe o seu nome nos comentários ou que, caso tenha uma conta do blogger, diga algo como "Olá! Eu estou a ler isto". Só para saber.
É que há tanta gente que de vez enquanto me diz que gosta do meu blog ou que simplesmente o lê que não tenho uma percepção das pessoas que o lêem ou não.
Sejam meus amigos, conhecidos, "ex-amigos", ex outras coisas e ainda outros tipos de pessoas, gostava de saber quem são as pessoas que realmente me acompanham. Seria pedir muito? Eu ficaria agradecida e seria um bom presente de Natal. Obrigada!

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

A razão

As pessoas pensam que não te quero esquecer, e talvez não queira. Mas quero, acima de tudo, que a dor termine.
Isto vai fazer com que pareça que sim, mas não estou a tentar ser fria; é só que, se eu não gostasse assim tanto de ti, se não fosses a razão da minha vida todos os minutos que estivemos juntos, tudo ia ser mais fácil. Apesar de, nesse caso, não ter conhecido o amor, também não ia conhecer esta coisa que é mil vezes pior do que dor, e acredita que eu sei o que é dor.
Apesar de me fingires que não existo, eu estou a passar por isto e estás a lixar-te completamente.
Sabes que mais? Este sentimento há-de sofrer uma mutação tão grande que, se um dia voltares a ver-me ou a falar comigo, já não vou ser quem conheceste, mas sim uma pessoa diferente que tu criaste. Sim, tu. E vais odiar o que criaste.
Atas-me a um poste e deixas-me a arder. Pois o que arde queima. E, enquanto estou aqui a queimar, vou modificar-me e tornar-me noutra coisa.
E hei-de encontrar alguém que se importe nem que seja um pouco comigo e que vai, de facto, dar o mínimo de valor àquilo que lhe dou e há-de dar-me algo, nem que seja pequeno, de volta.
Tu podes ser a razão, mas não quer dizer que sejas a única razão.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Inocência

Tu dizias que te assustava o facto de eu ser tão ingénua e que era precisamente por isso que ias estar sempre presente, para impedires que as pessoas se aproveitassem de mim. Dizias que eu era o teu anjo e me ias proteger. Onde é que estás agora? Estás a ler sequer isto?
Agora, eu não consigo acreditar nas coisas que disseste. Nem sequer sei se acredito que alguma vez tiveste algum sentimento por mim. Lembro-me de teres dito que te custava muito gostar das pessoas e que o facto de gostares tanto de mim te assustava; e eu acreditei. Se ainda acredito? Não sei.
Até quando estavas doente parecias estar em fogo ao pé de mim. Era apenas fingimento? Uma diversão?
Por favor, diz-me que estou errada. Diz-me que estou certa. Diz-me algo, porra!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

5 meses.

Aquele beijo faria hoje, daqui a umas duas horas, 5 meses.
E bolas, Deus sabe que te amo. Porque te tirou de mim? Ele sabia que a felicidade eras tu!
E era por isso que eu te disse que me queria abrir para ti mas que tinha medo. E tu sorriste aquele sorriso irresistível e com os olhos a brilhar disseste que sim, que achavas que me podia abrir para ti.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

É isso.


E isso inclui não me responderes quando a conversa já não te interessa, quando eu falo e ficas logo offline e quando mandas mensagens tão secas que sinto que já não te conheço e finges que, mais do que se não se tivesse acontecido nada, eu não existisse e não tivesse sentimentos.
E é ainda mais frustrante pensar que me bloqueaste cada vez que isso acontece!
Eu queria continuar a ser tua amiga, mas parece que não há forma, parece que não me deixas. E, depois, somos uns parvalhões um para o outro e só dizemos coisas tiradas da frustração que sentimos (ou que eu sinto, pois se não me dizes o que sentes não sou eu que vou conseguir adivinhar).
Para a próxima vez que disseres a uma pessoa que dessa vez vai ser para sempre, lembra-te de avisá-la quando o "para sempre" estiver a chegar ao fim. Eu gostaria de ter tido um aviso prévio. E não dês a entender que queres ser amigo dela quando não é essa a tua intenção.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Tempo

O tempo está a passar tão depressa.
Parece que foi ontem que andava de sandálias e vestido nos jardins da minha pequena localidade, com a minha mãe a tirar-me fotos, feliz. Parece que foi ontem em que o meu único motivo de felicidade era simplesmente viver; agora, já não sei ao certo o que é a felicidade.
Lembro-me de ir para a escola primária vestida de fada e de princesa no carnaval, de ter cabelos tão loiros que costumava dizer que eram preciosos fios de ouro e que, por isso, ninguém podia tocar-lhes. Lembro-me ainda de não me preocupar com coisas como a perda simplesmente por essa palavra não constar no meu vocabulário.
Agora, já tenho 18 anos. Sou maior de idade e legalmente (só mesmo legalmente) adulta. E tenho responsabilidades e vontade de gritar com o mundo e perguntar-lhe porque é que está sempre contra mim quando me esforço tanto para obter um pouco de alegria porque a felicidade... essa já nem a peço, uma vez que parece tão fora de alcance.
O tempo mudou-me a mim e mudou o mundo em que vivo e o mundo que vive dentro de mim. Conheci o falhanço e a frustração. Conheci há tão pouco tempo o que era o amor, há tão pouco tempo que ainda nem me habituei a ele (e lamento muito sinceramente dizer que a experiência já não está a ser boa, ao contrário do que era no início). Passei a saber o que era sentir-me sozinha e abandonada, como era realmente a sensação de ser deixada por uma das únicas coisas que me dava vontade de acordar de manhã.
Descobri, com o passar dos segundos, dos minutos, das horas, das semanas, dos meses e dos anos, que as coisas nem sempre melhoram e que, por vezes, a dor não passa. E que é tão frustrante quando estas coisas acontecem! E, ainda assim, também descobri que há que ter esperança que as coisas melhorem, de maneiras drásticas ou não, mesmo que tal acabe por não se verificar.
E outro ensinamento que recebi não só do tempo mas também da vida de forma geral foi que enquanto ainda sintamos algo e mesmo que não consigamos respirar, devemos lutar sempre. Com ou sem força.
Pergunto-me se existe um meio termo. Uma forma de não estagnar na inconsciência que é a infância e, ainda assim, ser incondicionalmente feliz e livre.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Lisbon!

O meu irmão veio de férias no dia 1 e estou super feliz. Para aqueles que não sabem, o meu irmão vive fora de Portugal e, como podem imaginar, cada vez que vem cá é como se fosse um raio de sol no meio da noite (o que é bom).
Ontem fomos dar um pequeno passeio por Lisboa, o que foi óptimo. Este tipo de passeios começa a tornar-se num tradição nossa: ver a baixa e ir comprar um livro à Fnac. Mas desta vez foi diferente, foi melhor.
Ultimamente tenho concentrado-me mais do que muito nos meus sentimentos e na forma horrível em que eles afectam o meu corpo (perda excessiva de peso, pálpebras a sangrar de tanto chorar, a pele completamente gretada, ...) que me esqueço que a vida tem coisas boas e que nem tudo se resume a quase cinco meses (praticamente quatro oficialmente) de relacionamento.
Não, não estou a dizer que está tudo bem e que não estou triste e que não sinto falta dele e que muitas vezes não me apetece gritar e chorar até não ter mais força e que esta está a ser a melhor altura da minha vida; se o dissesse, estaria claramente a mentir. Mas é bom pensar noutras coisas para além de dor, nem que seja temporariamente.
Durante a ida a Lisboa, tomei consciência daquilo que já me tinha apercebido: as pessoas estão a passar-se, a ficar completamente malucas.
Encontrámos na rua dois rapazes mais ou menos da mesma idade que eu. Um estava a falar ao telemóvel e outro veio pedir um cigarro ao meu irmão. O primeiro tinha o cabelo cortado de um lado e comprido do outro e as unhas enormes (maiores do que as minhas, que sou uma rapariga) pintadas de uma cor entre o azul claro e verde alface. O segundo tinha os olhos pintados, completamente esborratados e umas calças tigresas de bombazina.
Não quero parecer retrógrada em relação ao mundo actual, mas não penso que seja normal as pessoas agirem como estão a agir. Sinto que as pessoas se andam a passar completamente da cabeça: as pessoas não envergam vestuário adequado, há cada vez mais pobreza, as pessoas põem fim a relacionamentos por tudo e por nada (e embora pareça, não estou a falar de mim). Até eu às vezes penso que me estou a passar, embora nunca me conseguir comparar a essas pessoas.
Eu ainda tenho alguma noção. Ainda consigo perceber o que está certo ou errado, embora já não funcione tão bem como dantes. E sei a causa de me sentir assim. Melhor, as causas.
É nestas alturas em que ouvir música faz bem e, finalmente, sinto-me suficientemente capaz de ouvir música, o que significa que talvez, só talvez, esteja realmente a ficar ligeiramente melhor.



Edit: Se tiverem um tempinho livre, não se esqueçam do outro blog que tenho em parceria com o Mid. Ambos gostávamos de saber o que pensam sobre os nossos textos e que reflectissem um pouco com eles.