Há dias que tenciono falar de algumas coisas aqui, mas não tenho sabia como abordá-las. E ainda não sei, mas sinto que preciso de fazê-lo, preciso de deitá-las cá para fora.
Tive uma conversa com alguém bastante importante para mim sobre o passado, sobre o quanto nos afecta para sempre.
Durante a minha infância passei por uma situação bastante complicada que se vê cada vez mais: o meu pai saiu de casa, sem dizer nada a ninguém. Simplesmente desapareceu durante uns dois ou três anos do mapa, como se tivesse morrido. Mas não morreu, apenas abandonou a família. Pegou nas malas e, simplesmente, foi-se embora, como se o que estivesse a fazer não afectasse ninguém.
A verdade é que as coisas que muita gente faz que julga serem insignificantes não o são. Antes pelo contrário: deixam feridas que, com o tempo, em vez de desaparecerem, deixam marcas que ficam para sempre e que vão influenciar a forma como as outras pessoas vivem as suas vidas.
Eu sou o exemplo disso: tenho medo de ser abandonada todos os dias, não me sinto suficientemente boa para ninguém, mesmo quando me asseguram do contrário tenho medo. Todas as marcas que ficaram de feridas com mais de dez anos, quase onze, fazem de mim a pessoa que chora a ver o The Last Song e que, apesar de tudo estar mais estável agora, continua a invejar aqueles casais que estão juntos há dois, quatro, dez anos, por recear nunca chegar a ter algo tão dourador pelo simples facto de não prestar para ninguém, de ter medo de estragar as pessoas só por estar ao pé delas.
Acho que nunca disse isto a ninguém, mas às vezes sinto um aperto no peito ao ver aquelas famílias grandes e felizes, a quem nada parece faltar. É só sorrisos e férias em família e segurança e felicidade. Penso em mim, na família que tenho e que provavelmente nunca terei nada assim. Penso nas vezes em que deveria ter-me sentado à mesa com os meus pais e com o meu irmão e não o fiz, porque uma dessas pessoas faltava. Penso em como nunca fui de férias para lado nenhum com eles. Lembro-me da minha mãe sozinha com dois filhos para alimentar e apoiar, lembro-me do meu medo de acabar como ela (ou pior ainda). Desejo um dia ter o que nunca tive.
É por isso que tento ser a melhor pessoa que posso sempre que consigo. Tudo deixa marcas, e não quero ser responsável por deixar marcas em ninguém.
E este foi o desabafo.
Tive uma conversa com alguém bastante importante para mim sobre o passado, sobre o quanto nos afecta para sempre.
Durante a minha infância passei por uma situação bastante complicada que se vê cada vez mais: o meu pai saiu de casa, sem dizer nada a ninguém. Simplesmente desapareceu durante uns dois ou três anos do mapa, como se tivesse morrido. Mas não morreu, apenas abandonou a família. Pegou nas malas e, simplesmente, foi-se embora, como se o que estivesse a fazer não afectasse ninguém.
A verdade é que as coisas que muita gente faz que julga serem insignificantes não o são. Antes pelo contrário: deixam feridas que, com o tempo, em vez de desaparecerem, deixam marcas que ficam para sempre e que vão influenciar a forma como as outras pessoas vivem as suas vidas.
Eu sou o exemplo disso: tenho medo de ser abandonada todos os dias, não me sinto suficientemente boa para ninguém, mesmo quando me asseguram do contrário tenho medo. Todas as marcas que ficaram de feridas com mais de dez anos, quase onze, fazem de mim a pessoa que chora a ver o The Last Song e que, apesar de tudo estar mais estável agora, continua a invejar aqueles casais que estão juntos há dois, quatro, dez anos, por recear nunca chegar a ter algo tão dourador pelo simples facto de não prestar para ninguém, de ter medo de estragar as pessoas só por estar ao pé delas.
Acho que nunca disse isto a ninguém, mas às vezes sinto um aperto no peito ao ver aquelas famílias grandes e felizes, a quem nada parece faltar. É só sorrisos e férias em família e segurança e felicidade. Penso em mim, na família que tenho e que provavelmente nunca terei nada assim. Penso nas vezes em que deveria ter-me sentado à mesa com os meus pais e com o meu irmão e não o fiz, porque uma dessas pessoas faltava. Penso em como nunca fui de férias para lado nenhum com eles. Lembro-me da minha mãe sozinha com dois filhos para alimentar e apoiar, lembro-me do meu medo de acabar como ela (ou pior ainda). Desejo um dia ter o que nunca tive.
É por isso que tento ser a melhor pessoa que posso sempre que consigo. Tudo deixa marcas, e não quero ser responsável por deixar marcas em ninguém.
E este foi o desabafo.
Eu bem sei o que isso é, no que toca àquele aperto que temos quando vemos famílias felizes. Sabes bem de muitos problemas que tive no passado, consequências de ter passado grande parte da minha vida com pais divorciados que não conseguiam deixar de me afectar com muitos dos problemas com que se defrontavam no momento. Sei o que é sair ou ir jantar fora e observar outras famílias e desejar uma mais unida, uma família onde as palavras "separação" e "saudade" não sejam uma constante. Mas eu acho que essas feridas causadas por realidades duras como as nossas, apesar de doerem sempre que tocamos nelas, consigo criaram uma vontade que nasce dentro de nós, precisamente por termos vivido estas coisas: a vontade de fazermos a diferença no nosso próprio futuro, de fazermos tudo por tudo para com que nunca tenhamos que fazer ninguém passar o que nós passamos - e o mais importante, uma vontade de criar uma família unida, para que pelo menos uma vez na vida consigamos sentir o que isso é. Gosto de acreditar que esta realidade nos tornou pessoas mais fortes :) Por isso quando pensares neste assunto, tenta ver coisas do meu ponto de vista... acredita, ajuda imenso
ResponderEliminarCompreendo de certa forma o que dizes. Não o posso compreender a 100% porque não estou na tua situação. Não penses que és a única que está mal. Mesmo famílias com os dois pais não são famílias 100% felizes e por detrás das belas máscaras de férias e jantares em conjunto há muito mais e por vezes nada bonito de se ver. Mas sobre a tua situação, não te rebaixes. A tua vida não pode ser afectada pelo que os outros fizeram. Se te abandonaram e acharam que ias ficar mal, mostras-lhe que estão enganados e que vais passar por cima disso tudo como se aquilo nem tivesse existido. É só preciso força de vontade e a escolha certa de pessoas :) Se não queres acabar como a tua mãe, esforçar-te para tal acontecer. Talvez dê em algo, ou talvez seja tudo vem vão, mas pelo menos tentaste que fosse diferente e não te deixaste ir pelo medo do " Não quero ficar sozinha ". Se pensares assim então nunca vais conseguir ser realmente feliz :/ Posso não ter moral nenhuma para falar, mas que isso me importa? Desde que os que me rodeiam estejam bem, com a minha vida posso eu x)
ResponderEliminarPortanto, aqueles que te deixaram, que se marimbaram para ti, fazes-lhe o mesmo a dobrar e passa a frente -.- Fixa-te naquilo que é importante e, sinceramente desculpando-me a expressão, caga-te nos outros ;)
Olá, desculpa a intromissão mas, muito do que disseste é algo que eu mesma sinto, os meus pais não estão separados mas já passaram por fases menos boas, todos passam e a verdade
ResponderEliminaré que todas essas fases nos deixam marcas e nos causam medo, eu tenho o mesmo medo que tu, de me vir a acontecer o mesmo, de sofrer de ser magoada, tenho o mesmo desejo que tu,
de encontrar alguém ter relações duradoiras e sermos felizes, que nunca falte nada á minha família, mas cada vez tenho mais medo porque isso parece cada vez mais longe de acontecer
aqui estou eu, 20 anos, desempregada e sem relação, sempre gostava de saber onde os rapazes de jeito estão porque está difícil de os encontrar
A verdade, é que conheço bem esse medo, mas acima de tudo não quero ficar sozinha, nem que esse medo me afaste de qualquer possibilidade de ser feliz, porque é o que muitas vezes acontece, e depois
é como que se ficássemos contentes por as coisas não acontecerem porque interiormente "já sabiamos" que isso iria acontecer, pff mas se não desse-mos tanto espaço ao medo provavelmente não
eu também choro a ver esse género de filmes, nem me faças falar do notebook porque senão tinha que ir comprar lenços imediatamente, e ainda bem que o faço sabes porque? Porque são pessoas como nós, que dão importância ás coisas e não como outros que só ficam felizes por ter um carro novo, ou algo do género.
Em relação ao não teres feito imensas coisas que gostavas, acho que ainda vais a tempo, todos nós vamos, afinal nunca é tarde de mais certo?
E em relação ao teres dito que tens medo de estragar alguém, pelo que dizes, e mesmo sem te conhecer, acho que qualquer pessoa teria muita sorte por te ter a seu lado, na verdade faltam mais pessoas assim por ai, e sinceramente até quanto importa
quem não queira? afinal somos como somos e quem gosta verdadeiramente tem que gostar pelo que somos de verdade.
Eu também sei o peso das marcas e tento ser o melhor que posso por isso. Há e em relação á tua mãe, não é fácil ser mãe solteira, mas parece-me ela fez um óptimo trabalho com os filhos que tem.
Mais uma vez desculpa pela intromissão, e gosto bastante do teu blog, e espero honestamente que sejas muito feliz.